sábado, 18 de junho de 2011

Mestre King ( Centro Cultural Aprendizes )




Márcio Jeová Neumann – Mestre King (apelido profissional), teve seu primeiro contato com a capoeira aos 09 anos de idade, iniciando aproximadamente 25 anos na prática desta manifestação cultural e esportiva. Iniciou seus treinamentos na academia do Mestre Marcão em Duque de Caxias (RJ), e depois de alguns meses após deixar esta academia, filiou-se ao grupo Abadá, - Mestre Camisa (RJ), onde permaneceu por 10 anos, contribuindo para a criação e desenvolvimento desta entidade. Vale ressaltar as viagens realizadas durante sua estada como fonte de pesquisa e implantação da capoeira nos seguintes países: estados Unidos (São Francisco, Santa Cruz, Nova York,), Hawaii, Israel (Tel Aviv e Jerusalém), África (Luanda, Benguela). Em Agosto de 1997, participou dos Jogos de Capoeira do Grupo Abada-Capoeira, onde consagrou-se Vice-Campeão Mundial.

Por não mais concordar com a filosofia deste grupo, e por necessidade natural e interior de criar e desenvolver sua própria identidade, em Fevereiro de 2000 criou o Centro Cultural Aprendizes.

Há um período estimado de 16 anos está envolvido com o ensino, difusão preservação e engrandecimento da capoeira, com o respeito e seriedade intrínsecos a sua formação pessoal e profissional, ministrando aulas e difundindo seu trabalho em diversas localidades do Rio de Janeiro, além de implantar seus conhecimentos em outros estados e países., sempre primando pela responsabilidade, disciplina e compromisso com a arte.

domingo, 22 de maio de 2011

Mestre Paulão ( Grupo Muzenza )


Paulo Sergio da Silva, Mestre Paulão, nascido aos 16 dias do mês de junho de 1955, na cidade do Rio de Janeiro
Foi iniciado na capoeira pelo seu irmão, Mestre Mintirinha, na década de 60, aos oito anos de idade na rua Ozéas Mota , nº41 casa 3 em Bonsucesso, prosseguindo seu aprendizado na Academia Milton Ribeiro em Olaria e no Clube Santo Antônio de Ramos. Foi reconhecido como Mestre de capoeira na década de setenta.
Mestre Paulão é um dos principais arquitetos da capoeira contemporânea, pois com seu alto nível de entendimento , colocou um de seus melhores alunos , o Mestre Burguês, no Estado do Paraná, obtendo com isso a hegemonia dos estados do sul do Brasil.
O Mestre é formado em Direito, é Militar da reserva remunerada no posto de Capitão de Corveta do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
O Mestre foi agraciado com várias medalhas, dentre as quais destaco:
- Medalha Mérito Marinheiro com passador de Bronze e com Passador de Prata alcançadas em 09/06/1983 e 05/06/1993.
- Medalha do Mérito Pedro Ernesto em 18/04/1997
- Medalha do Mérito Tiradentes na Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, em 27/05/1998.
Com várias participações desportivas desde 1971, destaco algumas de suma importância:
- Exibição de Capoeira no Centro de Cultura Física Regional da Bahia, na Rua Barreto Muniz, nº 1 - 1º andar – Terreiro de Jesus ( Academia do saudoso Mestre Bimba), em 1974, Salvador Bahia.
- Visita ao Mestre Pastinha, como componente do Grupo ADOC de Capoeira, representando o Rio de Janeiro em 1974, Salvador Bahia.
- Exibição de Capoeira para a Academia de Polícia Militar da Bahia, 1974, representando a Capoeira do Rio de Janeiro.
- Demonstração de Capoeira no 9º Batalhão de Polícia Militar do Rio de Janeiro em 1976.
- Exibição no Museu de Arte e Tradições Populares, que apresentou a sua nova Diretoria da Federação Carioca de Pugilismo, à Capoeira do Grande Rio.
- Várias exibições na Divisão Anfíbia do Corpo de Fuzileiros Navais, na década de 70.
- Assíduo freqüentador da lendária e histórica roda da Central do Brasil, considerada uma das páginas históricas da Capoeira do Estado do Rio de Janeiro, do Brasil e do Mundo.
- Assíduo freqüentador da lendária e histórica roda de Capoeira de Nossa Senhora da Penha, considerada uma das maiores demonstrações de fé, dos Capoeiras do Rio de Janeiro.
- Assíduo freqüentador das rodas de Capoeira domingueira de Mestre Zé Pedro, a Guaiamum Nagô, em Bonsucesso, considerado nos anos 70, como um dos maiores pontos de encontro de capoeiristas do Rio de Janeiro, do Brasil e do Mundo.
- Assíduo freqüentador da roda de Capoeira de Mestre Arthur Emídio no bairro de Higienópolis, nas décadas de 60/70.
- Participante ativo do movimento de reconhecimento da Capoeira como luta marcial genuína,mente brasileira, realizado no Rio de Janeiro em 1972/1973, onde nasceram os cordéis com as cores da nossa querida Bandeira do Brasil, onde o verde era o iniciante, o verde amarelo era graduado, o amarelo era o guerreiro, o amarelo azul era o respeitado, o azul o Professor, o verde amarelo azul o Contramestre, o verde e branco o Mestre , o amarelo e branco o Mestre em 2º grau, o azul e branco o Mestre em terceiro grau e o Branco só era usado por Mestres com mais de Trinta anos de Mestrado e não isso que hora é apresentado.
- Participou de várias rodas de Capoeira do Grupo Senzala, no bairro do Cosme Velho.
- Participou de várias exibições de Capoeira e Batizados na Academia de Mestre Paulo Gomes em São Paulo.
O Mestre participou de inúmeras apresentações de Capoeira que se eu for enumerar, acho que não caberá nesta página.
Em prosa e versos, o seu aluno, o Mestre Burguês, fez inúmeras homenagens ao seu Mestre Paulão em mais de trinta trabalhos, entre livros e discos, por ele realizados a frente do Grupo Muzenza de Capoeira.
O Mestre também foi exaltado em um dos trabalhos mais significativos da história da Capoeira, “ O PULO DO GATO “ de Mestre Mintirinha.
Mestre Paulão formou três Mestres de Capoeira, que são :
- Mestre Burguês,
- Mestre Fernando,
- Mestre Paulinho Suam.

Mestre Paulo dos Anjos


         Poucos praticantes de Capoeira da atualidade se apegaram tanto à tradição e à originalidade da luta quanto o sergipano de Estância, José Paulo dos Anjos, ou apenas mestre Paulo dos Anjos. Ele faleceu em março passado, em Salvador, onde residia, vítima de infecção hospitalar, contraída durante uma cirurgia, num hospital local. Seu desaparecimento, além de causar a perda de uma figura humana muito estimada, representa também uma outra perda — irreparável — para a Capoeira. Em especial para a linhagem da Capoeira Angola.
         Mestre Paulo dos Anjos destacou-se, em vida, como um dos mais versáteis e exímios angoleiros deste século e um dos que mais resistiram às tentativas correntes de enxertar a Capoeira tradicional com os modismos e inovações da capoeira moderna. “Para mim, nada mudou. Eu continuo fazendo a Capoeira Angola conforme a tradição”, ele costumava dizer.
         Nascido em 15 de agosto de 1936, na cidade sergipana de Estância, o jovem de catorze anos José Paulo dos Santos já despontava, em Salvador (1950) como um promissor lutador de boxe. Desde que conheceu o mestre Canjiquinha, um ano antes, afeiçoou-se à Capoeira e passou a freqüentar as rodas de rua da capital baiana e das cidades do Recôncavo. Nas festas de largo, sua técnica e sua habilidade começaram a chamar a atenção de todos e, daí em diante, o tempo se incumbiu de transformá-lo no mestre Paulo dos Anjos, consagrado pelas mãos do próprio mestre Canjiquinha.
         Além do respeito que sua personalidade impunha naturalmente aos seus contemporâneos, ele se tornou muito conhecido, também, como cantador de Capoeira e teve várias músicas gravadas em CD, com seu estilo peculiar, mantendo a tradição da Capoeira também nas músicas. Ao lado do mestre Gato Preto, deu aulas na Ilha de Itaparica e também em outras localidades da região metropolitana de Salvador.
         Na década de 70, transferiu-se para São Paulo, onde permaneceu por cinco anos. Em São José dos Campos, formou o grupo Anjos de Angola. Em 1978, venceu o campeonato de Capoeira, promovido no Ginásio do Pacaembu, na capital paulista. Retornou a Salvador, em 1980, e influiu no movimento de conscientização dos capoeiras na luta por melhores condições de trabalho. Integrou, a partir de 1987, a Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA) e acumulou seu trabalho na Capoeira com as atividades de funcionário público, na prefeitura de Salvador. Muitos de seus alunos são hoje, professores e mestres. Alguns já possuem academias próprias em Salvador e em São Paulo: Virgílio do Retiro, Jaime de Mar Grande, Jorge Satélite, Pássaro Preto, Amâncio, Neguinho, Renê, Alfredo, Djalma, Galego, Mala, Josias, Cabeção, Jequié, Feijão, Vital e Al Capone, entre outros.

Mestre Suassuna ( Grupo Cordão de Ouro )


Reinaldo Ramos Suassuna, o Mestre Suassuna, é um dos mais conhecidos e talentosos nomes da história da capoeira. Começou seu aprendizado na cidade de Itabuna, Bahia, e depois foi aumentando o seu conhecimento nas rodas de Salvador e diversos locais famosos de capoeira na Bahia. Alguns mestres como Bimba, Canjiquinha, Patinha, Waldemar e outros tornaram-se referencia para o desenvolvimento do seu trabalho.
Em 1965 o Mestre Suassuna foi para Sao Paulo e dois anos depois fundou o Grupo Cordao de Ouro juntamente com o Mestre Brasilia. Além de ser um dos pioneiros da capoeira de Sao Paulo, foi também responsável pela divulgaçao da capoeira no Brasil e no mundo.

Mestre Camisa ( Abadá - Capoeira )


José Tadeu Carneiro Cardoso (Jacobina, Bahia, 1956) mais conhecido como Mestre Camisa é um mestre e professor de capoeira brasileiro.
Ele e seu irmão Camisa Roxa são os fundadores do grupo ABADÁ-Capoeira, presente em vários países do mundo.[carece de fontes]
Começou o aprendizado da capoeira com o irmão mais velho, Camisa Roxa, aluno de mestre Bimba. Em 1964 a família mudou-se para Salvador. Integrou a academia de mestre Bimba onde logo se formou em 1969.
Participou como capoeirista de numerosos shows folclóricos organizados por seu irmão Camisa Roxa. Em 1972, aos 16 anos portanto, abandonou os estudos para profissionalizar-se como capoeirista no Rio de Janeiro.
Passou a ensinar no grupo Senzala. Paralelamente, a relação com o irmão Camisa Roxa propiciava-lhe conhecer o exterior, viajando para participar de espetáculos, principalmente na Europa. Aproveitava para dar aulas de capoeira; desse jeito, os integrantes dos shows criaram destacamentos do grupo Senzala, principalmente na Alemanha e na França.
Por volta de 1988, Mestre Camisa, já com nome, separou-se do grupo Senzala para fundar a Associação Brasileira de Apoio e Desenvolvimento da Arte - Capoeira, conhecida sobre o acrónimo ABADA.

Mestre Peixinho ( Grupo Senzala )


BIOGRAFIA:
Mestre Peixinho nasceu em Vitória, Espírito Santo, em 1947. Iniciou a capoeira em 1964, entrando para o grupo que veio a ser denominado Grupo senzala, em 1965, sendo um de seus fundadores. Participou do torneio berimbau de Ouro em 1967, 1968 e 1969. Ministrou aulas de capoeira na UFRJ de 1973 a 1980, na UERJ de 1979 a 1983. Participou de exibições e shows no teatro Municipal (1971) e Sala Cecília Meireles (1969), Festival Internacional na Ilha de Reunion (1977), Projeto brasil em Preto e Branco, durante seis meses na Europa, em 1987, organizador dos primeiros encontros europeus de capoeira a partir de 1987 e dos Encontros Escandinavos de capoeira, a partir de 1990.
Mestre Peixinho coordenava um extenso grupo de professores que ensinam em diversas cidades brasileiras, européias e americanas do norte.

Mestre Ananias


Vindo da Bahia, Ananias Ferreira chegou à cidade de São Paulo no ano de 1953. Aos 83 anos, Mestre Ananias é um capoeirista ativo e atuante no cenário popular. Além da sua marcante presença na roda da Praça da República (desde sua formação até hoje), está sempre presente nas inúmeras rodas de capoeira pelo país. Por suas características populares tradicionais e pela autenticidade do trabalho que realiza, Ananias é indiscutível referência para a capoeira paulistana e é tido como um pai para muitos, inclusive reconhecendo como alunos capoeiristas de outras linhagens. A partir do início dos anos 90, jovens capoeiristas reconheceram e identificaram a necessidade de aprofundar a relação mestre-discípulo. Desde então, seu legado tem sido valorizado e preservado, por meio da gravação do Documento em CD e da abertura da sua escola, entre outros projetos com a cultura brasileira.

Mestre João Pequeno


João Pereira dos Santos Em 27 de dezembro 1917 nasceu em Araci no interior da Bahia João Pereira do Santos, filho de Maria Clemença de Jesus, ceramista e descendente de índio e de Maximiliano Pereira dos Santos cuja profissão era vaqueiro na Fazenda Vargem do Canto na Região de Queimadas. Aos quinze anos (em 1933) fugiu da seca a pé, indo até Alagoinhas seguindo depois para Mata de São João onde permaneceu dez anos e trabalhou na plantação de cana de açúcar como chamador de boi, então conheceu Juvêncio na Fazenda são Pedro, que era ferreiro e capoeirista, foi aí que conheceu a Capoeira.

Mestre João Grande


mestre João Grande
João Oliveira dos Santos, um dos maiores mestres da capoeira, vive atualmente em Nova York, onde ensina a sua arte e transformou seu destino, tendo recebido um título de doutor honoris causa, em reconhecimento pela sabedoria e riqueza de seu trabalho. Waldeloir Rego sobre ele escreveu, em 1969: "é dentre todos os grandes capoeiristas jovens o que mais truques de ataque e de defesa conhece, contribuindo para isso a flexibilidade fora do comum de seu corpo, tornando-o o mais ágil de todos os capoeiras da Bahia. Quando em pleno jogo é um grande bailarino. Canjiquinha (...) saiu com um tipo de frase muito sua, de que: - 'Foi Deus quem mandou João Grande jogar capoeira'." Foi discípulo de mestre Cobrinha Verde. Integrou também a delegação brasileira no Premier Festival International des Arts Nègres, em Dakar (Senegal).

Toques da Capoeira Regional de Mestre Bimba


Toques da Capoeira Regional de Mestre Bimba

Iúna


É usado apenas para o jogo dos mestres. Neste toque, aluno é plateia, não joga nem bate palmas, jogam apenas os mestres e contra-mestres e algum instrutor, professor ou aluno graduado se, por ventura, seu mestre autorizar e lhe ceder a vez de jogar. No toque de Iúna não há canto.
 

Amazonas


É o toque festivo, usado para saudar mestres visitantes de outros lugares e seus respectivos alunos. É usado em baptizados e encontros.



Cavalaria

É o toque de alerta máximo ao capoeirista. É usado para avisar o perigo no jogo, a violência e a discórdia na roda. Na época da escravidão, era usada para avisar aos negros capoeiras da chegada do feitor e na República, quando a capoeira foi proibida, os capoeiristas usavam a "cavalaria" para chegar da chegada da polícia montada, ou seja, da cavalaria.



Santa Maria

É o toque usado quando o jogador coloca a navalha no pé ou na mão. Incentiva o jogo mas não a violência.



Banguela

É o mais lento toque de capoeira regional, usado para acalmar os ânimos dos jogadores quando o combate aperta.



Idalina

É um toque lento, mas de batida forte, que também é usado para o jogo de faca ou facão.



São Bento Grande de Bimba (Regional)

Como o nome já diz, é o toque de Bimba, pois é um tipo de variação diferente que mestre Bimba criou em cima do toque original de São Bento Grande.

sábado, 21 de maio de 2011

Mestre Nascimento


No Recife, os "moleques de banda" saíam à frente do desfile de bandas no carnaval.
Onde duas bandas se cruzavam - a do Quarto e a do Espanha eram das mais famosas -, era
inevitável a violência e o derramamento de sangue. Os pulos e a ginga destes capoeiristas
foram, mais tarde, transformados no passo144_, a dança executada ao som do frevo.
De todos os valentes que deixaram nome na história do carnaval de Recife - Jovino
dos Coelhos, Nicolau do Poço, João de Totó - , Nascimento Grande era o mais temido.
Alguns dizem que foi morto durante a perseguição policial; outros - como o saudoso mestre
Mucungê - afirmam que ele fugiu para o Rio onde viveu até a velhice.
José Antonio do Nascimento foi o mais famoso, invencível e popular valentão do
Recife, na última década do século XIX e cinco primeiros lustros do século XX. Ele era
conhecido como "Nascimento Grande".
Nascimento Grande nunca perdeu uma luta. E nem recusou alguma. De alta estatura,
corpulento, chegando a ter 130 quilos, morenão, bigodes longos, muito cortês e maneiroso,
usava, invariavelmente, chapelão desabado, capa de borracha dobrada no braço (usada
como defesa contra arma branca?) e a célebre bengala de quinze quilos, manejada como se
pesasse quinze gramas e que ele chamava de "a volta"... Honesto, porém protegido dos
chefões políticos... Muitos afirmavam que ele tinha o "corpo fechado" e que trazia pendurado
ao pescoço um amuleto, contendo pedacinho do "Santo Lenho"... Tais façanhas acirravam o
ódio dos adversários de Nascimento Grande e não foram poucos os que tentaram matá-lo,
entre eles dois dos mais perigosos, Corre Hoje e Antonio Padroeiro.
O primeiro, mesmo ajudado por sete capangas, foi abatido por Nascimento com um
tiro de pistola; o segundo, Antonio Padroeiro, depois de desarmado, morreu de tanto
apanhar.
Atacado, certa vez, por Pajéu, conhecido malfeitor do bairro São José, tomou-lhe a
peixeira em dois segundos, deu-lhe uma surra e vestiu o agressor com roupas de mulher,
sob gargalhadas do público. Encurralado, depois, num beco sem saída por dez soldados,
trepou num telhado baixo e de lá saltou sobre a patrulha. Com violentos golpes de bengala,
botou os soldados para correr... Nascimento Grande morreu de velho, aos 90 anos

Mestre Noronha


Daniel Coutinho (mestre Noronha)-BA (1909-1977). Nasceu em Salavdor , começou na capoeira aos 8 anos de idade.
Frase de mestre Noronha
´´ O capoeirista deve ser muito educado ao ser apresentado nos altos meios sociais. Se valente, deixar de lado esta vida que já se passou. devemos adquirir lastro de amizade; é o que devemos fazer``.

Manduca da praia


Manduca da Praia viveu por volta de 1850 no Rio de Janeiro, época em que os capoeiristas faziam parte das maltas, as duas principais eram os Nagôs e os Guaiamus.
Manduca não estava em nenhuma delas, pois era tinha uma banca de peixe e fazia segurança de pessoas ilustres e achava que atrapalharia seus negócios. Durante um desafio de briga de rua sagrou-se campeão, era temido por policiais e capoeiristas.
Manduca da Praia, homem de negócios, respondeu a 27 processos por ferimentos graves e leves, sendo absolvido em todos eles pela sua influência pessoal e de amigos.
Era pardo claro, alto, reforçado, usava barba grisalha. Sua figura inspirava temores para uns e confiança para outros. Vestia-se com decência, chapéu na cabeça, usava um relógio que era preso por uma corrente de ouro, casaco grosso e comprido que impressionava as pessoas com seu porte, usava como arma uma bengala de cana-da-índia e a ele deviam respeito.
Certa vez na festa da Penha brigou com um grupo de romeiros armados de pau, ao final da briga deixou alguns inutilizados e outros estendidos no chão, entre outras brigas e confusões. Ganhava bastante dinheiro, seu trabalho era uma banca de peixe que tinha no mercado, vivia com regalias e finais de semana saia para as noitadas.
Morador da Cidade Nova, era capoeira por conta e risco assim disse Nulo Moraes. Manduca não participava da capoeiragem local, não recebia influência nem visitava outras rodas, pode-se dizer que ele era um malandro nato. Manduca da Praia conquistou o título de valentão, subestimando touros bravos, que sobre os quais saltava quando era atacado.
Por volta de 1850, Manduca "iniciou sua carreira de rapaz destemido e valentão,  dotado de enorme força física e "destro como uma sombra", Manduca cursou a escola de horários integral da malandragem e da valentia das ruas do Rio de Janeiro na época de perigosos capoeiras como, Mamede, Aleixo Açougueiro, Pedro Cobra, Bemetevi e Quebra Coco. Desde cedo destacou-se no uso da navalha e do punhal; no manejo do petrópolis - um comprido porrete de madeira-de-lei, companheiro inseparavel dos valentões da época - na malícia da banda e da rasteira; e com soco, a cabeçada e o rabo de arraia tinha uma intimidade a toda prova. Tinha algo que o destacava e diferenciava de seus contemporâneos - facínoras, valentes e rufiões - fazendo que se tornasse uma lenda viva, e mais tadre um mito cantado e celebrado até os dias de hoje:uma inteligência fria, calculista e implacável; uma sede de poder, de status e de dinheiro; tudo isso aliado a uma visão de comerciante e de homens de negócios. Fez fama e dinheiro. Foi famoso temido e respeitado.







Besouro Mangangá (Foto ilustrativa )


A palavra capoeirista assombrava homens e mulheres, mas o velho escravo tio Alípio nutria grande admiração pelo filho de João Grosso e Maria Haifa. Era o menino Manoel Henrique que, desde cedo, aprendeu, com o mestre Alípio, os segredos da capoeira na rua do Trapiche de Baixo, em Santo Amaro da Purificação, sendo batizado como Besouro Mangangá por causa da sua facilidade em desaparecer quando a hora era para tal.
Muitos e grandiosos feitos lhe são atribuídos. Diziam que não gostava da polícia (que diversas vezes frustrou-se ao tentar prendê-lo), que tinha o "corpo fechado" e que balas e punhais não podiam feri-lo. Certa época, quando Besouro trabalhou numa usina, por não receber o ordenado, segurou o patrão pelo cavanhaque e o obrigou a pagar o que lhe devia.
As circunstâncias de sua morte são contraditórias. Há versões que afirmam que Besouro morreu em um confronto com a polícia; outras, que foi traído, com um ataque de faca pelas costas. Esta última é muito cantada e transmitida oralmente na capoeira Um fazendeiro, conhecido por dr. Zeca, após seu filho Memeu ter apanhado de Besouro, armou uma cilada, mandando-o entregar um bilhete a um amigo que administrava a fazenda Maracangalha. Tal bilhete pedia para que seu portador fosse morto. Besouro, analfabeto, não pôde ler que aquele bilhete era endereçado ao seu assassino e que esclarecia que o portador era a vítima, ou seja, ele próprio. Assim, no dia seguinte, ao voltar para saber a resposta, quarenta soldados o estavam esperando. Um homem conhecido por Eusébio de Quibaca acertou-lhe nas costas com uma faca de tucum (ou ticum), um tipo de madeira, tida como a única arma capaz de matar um homem de corpo fechado.

Mestre Traira


João Ramos do Nascimento Cachoeira BA  Célebre capoeirista do bairro de Liberdade, cujo nome vem associado ao de Mestre Waldemar da Paixão. Como o seu camarada, Traíra ficou muito discreto sobre a sua vida. Podem vê-lo no filme Vadiação de Alexandre Robatto (1954), tocando berimbau e fazendo demostrações de movimentos em frente à câmara.
Mestre Traíra é um dos principais mestres de capoeira do nosso país, apresenta esse álbum fantástico com uma percussão jingada que dá vontade de dançar, além de ser um verdadeiro transe. A fina flor da capoeira brasileira.

Mestre Cobrinha Verde


Rafael Alves França, mandingueiro respeitadíssimo no seu percurso por este mundo de meu Deus. Nasceu em Santo Amaro da Purificação (BA). Com 4 anos de idade iniciou-se na Capoeira pelas mãos de Besouro, seu primo carnal. Além de seu primeiro mestre, Cobrinha Verde também bebeu da sabedoria de Maitá, Licurí, Joité, Dendê, Gasolina, Siri de Mangue, Doze Homens, Espiridião, Juvêncio Grosso, Espinho Remoso, Neco, Canário Pardo e Tonha. Foi 3° Sargento no antigo Quartel do CR em Campo Grande, tendo participado também da Revolução de 32 entre outras pelejas. Durante muitos anos ensinou em seu Centro Esportivo de Capoeira Angola Dois de Julho, com sede no Alto de Santa Cruz, s/ n°, no Nordeste de Amaralina.

Mestre Canjiquinha


Washington Bruno da Silva – Mestre Canjiquinha, nasceu a 25 de setembro de 1925, em Salvador. Discípulo do Mestre Raimundo Aberre, natural de Santo Amaro da Purificação, Canjiquinha foi um dos capoeiras que mais visibilidade deu a sua arte, viajando por todo o Brasil em exibições e também atuando em muitos filmes entre ao quais, Barlavento (Glauber Rocha) e O pagador de Promessas (Anselmo Duarte).
A partir dos anos 60, quando a capoeira se tornou mais conhecida e divulgada no Brasil, a figura do Mestre Canjiquinha ganhou maior relevo. Sua academia tornou-se uma das principais agências de formação de novos capoeiristas com Mestre Paulo Dos Anjos, Geni, Lua – que se tornaram mestres de outros e contribuídores para a expansão da capoeira em outros paises. São os responsáveis pela continuidade da herança de Canjiquinha. A este a capoeira deve uma serie de invenções sendo as mais conhecidas aquelas que ele introduziu nos toques e jogos : Muzenza, Samango, Samba de Angola.
“Canjiquinha é um capoeira jovem e ágil, fazendo com que se destaque entre os seus companheiros, porém o seu maior destaque é no canto e no toque. Canta como bem poucos e com um repertório vastíssimo, inclusive com uma grande facilidade de improvisar e de todos é quem mais tem contribuído para a adaptação de outros cânticos do folclore, à capoeira”

Mestre Caiçara



Antônio Conceição Moraes, conhecido na capoeiragem como Mestre Caiçara da Bahia, Cantador de primeira qualidade, contador de muitos casos e estórias da Capoeira, tem sempre uma boa reza para oferecer aos seus camaradas e por certo, aos não camaradas também.
Figura muito conhecida das Festas de Largo de Salvador, Mestre Caiçara sempre estava presente em qualquer festejo popular, portanto em sua camisa as cores vermelho e verde, promovendo sempre a sua Academia Angola São Jorge dos irmãos Unidos do Mestre Caiçara, cujo o nome também é o título de seu primeiro disco fonográfico gravado pela AMC, São Paulo, e encontrado ainda nas lojas de disco.
Defensor radical das tradições africanas é sempre bom receber em Nagâ, Ketu, Gêge e Angola, suas bençãos e ouvir sua opinião sobre os grandes Capoeiras do passado e suas considerações sobre a Capoeira de hoje. Todas as tardes ele se encontrava no terreiro de Jesus confabulando, vendendo seu peixe e gingando, mas no dia 28 de agosto de 1997, ele nos deixou com sua arte e magia.

Compacto - Mestre Parana - 1°disco gravado no Brasil

Compacto - Mestre Parana - 1°disco gravado no Brasil - CBS - 1964 - Rio de Janeiro

Mestre Bimba

Mestre Bimba (1900-1974)

Manuel dos Reis Machado nasceu no dia 23 de novembro de 1900, no bairro Engenho Velho, Freguesia de Brotas, Salvador, Bahia.

O apelido ele ganhou logo ao nascer de uma aposta feita entre sua me, Maria Martinha do Bonfim e a parteira que o aparou.

Seu pai, Lus Cndido Machado, era conhecido como um grande batuqueiro, campeo de batuque.

Iniciou-se na capoeira aos 12 anos de idade, seu mestre foi o africano Bentinho, capito da Companhia de Navegao Baiana.

Aos 18 anos comea a dar aulas no bairro onde nasceu. Como ele mesmo dizia:

Em 1918 no havia escola de capoeira, havia sim rodas de capoeira, nas esquinas, nos armazns e no meio do mato.

Em 1928 achando que a capoeira que ele praticava e ensinava era pouco competitiva, e que deixava a desejar em termos de luta, juntou golpes de batuque capoeira de angola e criou a capoeira regional.

Fiz a capoeira regional. Enquanto estudava e praticava a de angola fui inventando e aperfeioando novos golpes.

Em 1928 eu criei, completa, a regional que o batuque misturado com a angola, com mais golpes, uma verdadeira luta, boa para o corpo e para a mente.

A capoeira regional criada por Mestre Bimba foi motivo de muita polmica entre os outros capoeiristas que no concordavam com sua radical mudana. Por outro lado, os jornais e revistas da poca no cansavam de noticiar suas proezas. A fama de Bimba e da capoeira regional se propaga pelo Brasil.

Em 1932, fundou sua primeira academia especializada com o nome de Centro de Cultura Fsica e Regional. Cinco anos depois, em 1937, era reconhecida e registrada oficialmente pelo governo. Em 1939, Bimba ensina capoeira regional no quartel do CPOR. Instalou sua segunda academia em 1942.

Bimba leva a capoeira em exibies por todo o pas e em 23 de julho de 1953 apresenta-se para o ento presidente Getlio Vargas, no palcio da Aclamao em Salvador. Ao apertar-lhe a mo o Presidente disse:



A capoeira o nico esporte verdadeiramente nacional.

Foi depois desta apresentao que Getlio Vargas liberou as manifestaes populares at ento perseguidas e, com isso, beneficiou a capoeira que deixou de ser proibida pela polcia.

Casado e pai de 10 filhos, Bimba enfrentava problemas financeiros. Assim, acreditando em promessas de maior reconhecimento e de uma vida melhor, Mestre Bimba deixa Salvador e parte para Goinia.

Porm sua vida em Goinia no foi como lhe haviam prometido. Um ano depois de deixar a Bahia, no dia 05 de fevereiro de 1974, morre Mestre Bimba.

O homem que elevou a capoeira de status, que a tirou de baixo do p do boi, como gostava de dizer, e a introduziu nos meios universitrios e sociais de Salvador, que foi citado em enciclopdias e filmado por turistas do mundo todo.

Sepultado em Goinia, seus restos mortais foram transladados para Salvador em 20 de julho de 1978.


Bimba se foi mas deixou sua majestosa, inigualvel obra, a qual, como ele, tornaram-se imortais, deixando sua filosofia e sua fora de fazer uma capoeira forte e insupervel, uma capoeira autntica, digna de ser chamada Capoeira Regional, a arte marcial brasileira.

Algumas criaes de Mestre Bimba:

. Criou a capoeira regional, na poca consistia de 52 golpes.

. Criou um mtodo de ensino, a chamada seqncia de Bimba que consiste em 8 seqncias de ataque e defesa para serem executados na roda.

. Criou a seqncia de cintura desprezada, que uma srie de bales cinturados, que os alunos s podiam jogar depois de formados, ao toque de iuna.

. Criou o batizado de capoeira, um ritual onde o aluno iniciado na capoeira recebendo um apelido e sua primeira graduao.

. Criou a graduao na capoeira, que consistia em 4 lenos de esguio de seda:

1 lenço cor azul aluno formado

2 lenço cor vermelho aluno formado e especializado

3 lenço cor amarelo curso de armas

4 lenço cor branco mestre de capoeira

Mestre Waldemar

A vida de Waldemar como capoeirista e mestre de capoeira começa na década de 1940, onde ele implanta um barracão na invasão do Corta-Braço, futuro bairro da Liberdade, onde joga-se capoeira todos os domingos, também ensinando na rampa do mercado na cidade baixa. Praticava uma diversidade de capoeira, dos mais lentos aos mais combativos, com afirmada preferência para os mais lentos.
Durante a década de 1950, a capoeira dele na Liberdade atrai acadêmicos, artistas e jornalistas. Os etnólogos Anthony Leeds em 1950 e Simone Dreyfus em 1955 gravam o som dos berimbaus. O escultor Mário Cravo e o pintor Carybé, também capoeiristas, freqüentam o barracão. Mais tarde, a maior parte dos renomados capoeiristas afirmam ter grande influência na capoeira de Waldemar, na de Mestre Cobrinha Verde do bairro de Nordeste de Amaralina até na de Mestre Bimba.
De acordo com Albano Marinho de Oliveira (1956), o grupo da Liberdade começou a cantar longos solos antes do jogo (hoje chamados ladainhas). O próprio Waldemar reivindicou, em depoimento a Kay Shaffer, ter inventado de pintar o berimbau. A fabricação e venda para os turistas de berimbau foi uma fonte de renda para mestre Waldemar.
Waldemar, como bom capoeirista, andou na sombra. Ficou discreto sobre suas atividades e breve em sua fala. Mal existem fotos dele antes de velho. Não procurou a fama e, apesar de seu notado talento de cantor e de tocador de berimbau, não integrou muito o mercado de espetáculo turístico. Também, a música que se escuta nas gravações de 1950 e 1955 é coletiva, sempre tendo, ao menos, um dialogo de dois berimbaus.
Velho e impossibilitado de jogar capoeira e de tocar berimbau pela doença de Parkinson, Waldemar ainda aproveitou um pouco do movimento de resgate das tradições dos anos 1980, cantando em diversas ocasiões e gravando CD com Mestre Canjiquinha.
Na Bahia existem um bairro e uma rua que recebem seu nome.

Mestre Leopoldina

Mestre Leopoldina começou a aprender capoeira aos 18 anos, com o Quinzinho, um jovem malandro carioca, valente, temido e respeitado na região da Central do Brasil (RJ). Um ano depois, Quinzinho foi preso e assassinado na prisão. Leopoldina sumiu por uns tempos, e treinava sozinho, até que soube que Valdemar Santana, lutador bastante conhecido na época, trouxera da Bahia um capoeirista de nome Artur Emídio. Leopoldina foi apresentado a Artur, que o convidou para jogar. "Fui lá, meio envergonhado, e fiz aquilo que o finado Quinzinho tinha me ensinado. No começo a coisa correu bem, mas aos poucos Artur começou a crescer, e era pernada por tudo que era lado, e percebi que ele era mais fera ainda que o Quinzinho". Foi assim que Leopoldina, aprendiz da capoeira carioca, foi apresentado à capoeira baiana. Leopoldina continuou aprendendo com Mestre Artur Emídio, e hoje é Mestre consagrado, muito respeitado, tanto por seu jogo quanto pela habilidade com o berimbau, e por suas composições, admiradas e cantadas em todo o Brasil. É uma das maiores expressões da capoeira antiga, cheia de malandragem e mandinga. É dono de uma simpatia e um carisma enormes, e já cunhou frases pitorescas do repertório da capoeira, como esta, que nos foi revelada uma vez em Guaratinguetá: "a capoeira é a maçonaria da malandragem!". Viaja muito para a Europa e EUA, apresentando-se a convite dos mestres que ensinam no exterior.
 
Alguém me disse
Que pareço Ganga Zumbi
Óia lá, foi o Rei lá dos Palmares
E outros já me disseram
Que na outra encarnação
Eu era rico, muito rico
Eu tinha muita fazenda
E grande canavial
E eu era bom patrão
Só mulher eu tinha nove (bis)
Com idades variadas
E hoje, o que eu tenho?
Nem sequer tenho casa pra morar
Nem dinheiro pra gastar
Mas tenho a Graça Divina
Que é minha companheira
Óia, eu tenho a capoeira
E essa grande amizade
Dentro do meu coração, camará...
Iê! Viva Leopoldina!

Mestre Paraná



Oswaldo lisboas dos santos
Nasceu na Bahia em 1923 um dos melhores tocadores de berimbau.
foi aluno do Mestre Antonio Corró (ex escravo).Mestre Paraná fundou o grupo de capoeira São Bento Pequeno nos anos 50.
Em 07 de março de 1972 faleceu vitima de um súbito ataque cardíaco no ipase-rio de janeiro

Mestre Pastinha


Vicente Joaquim Ferreira Pastinha
Mestre Pastinha
Nascido em SSA no dia 05/04/1889 , filho de José Señor Pastinha e de Raimunda dos Santos, uma negra bahiana, nascida em Santo Amoro da Purificação.
Em 1910, M. Pastinha pediu baixa da marinha e começou a ensinar capoeira na rua Santa Isabel. Em 1941, fundou o CECA - Centro Esportivo de Capoeira Angola, este já no largo do Pelourinho, nº 19.
Em 13/11/81 aos 92 anos, M. Pastinha morre cego e abondonado no abrigo D. Pedro II.

"Todo o dever cumprido representa o resgate de uma obrigação, um impulso para frente no sentido da evolução!"
* Mestre Pastinha 1889 / 1981

O berimbau